Um texto da escritora Natália Pinheiro para o blog da Aliás
Atualizado: 18 de abr.
Natália Pinheiro

Sem toques
Só telas
São múltiplas janelas
abertas no mesmo momento.
Entre corres e corres
Todo mundo corre
Corre!
Tentativas de se multiplicar
“Eu não sou um robô!!!”
Mas será mesmo que não sou um robô?!
Vez ou outra a rotina me faz duvidar...
E eu corro
E eu tento
Entre as p a u s a s
Lembrar do tempo
Em que da janela de fora conseguia enxergar
O laranja que vira cinza
Num céu em que algumas coisas se despedem
para outras poderem chegar
E a minha ânsia de poder enxergar
Um pôr do sol alaranjado
Um céu não enquadrado
Vejo grades por todos os lados
São tantos muros que não sei como derrubar...
E em meio a tudo isso
Penso em como abrir janelas em que delas possa mais que ver,
Enxergar
Céus mais coloridos
Horizontes de trânsito entre tons de partidas e chegadas
E enfim sorrisos
Nos rostos que se acostumaram a chorar.
Porque se o infinito é um instante
Eu desejo, infinitamente, conseguir enxergar
Para além das grades e muros que tapam a vista
Do horizonte
Onde sol se despede
Pra noite poder chegar.
-As estrelas sempre me falam que nem tudo é pura escuridão.
***
Natália Pinheiro é um aquário cheio de água, poeta e slammer, tem um coração amador que não sabe e nem quer hierarquizar amores, historiadora em formação, nascida e criada nas terras do Cariri e integrante do Coletivo Camaradas e Slam das Minas Kariri.