"de acordo com o cânone você deveria me amar", de Letícia Bailante
Atualizado: 27 de jul. de 2021
Por Letícia Bailante*
Ilustração de Raisa Christina
o cânone parental
é uma ronda constante
ele fisga e castra
todo frizz
que se sobressaia
é apegado aos deslizes
da norma-culta
nunca almejada
de nada valem
as conquistas outras
evidenciadas
além da repressão linguística
o cânone parental
é homofóbico
afinal
preza por tudo
em que haja o rótulo
normal
RÁS
gando o cânone
onde mora
o simples
o indizível
o imensurável
colo de vó?
do cânone
para o colo
uma _e x t e n s a _ ponte
s u s
pen
sA
c o m
ple
xA
difícil de atravessar.
***
Letícia Bailante
Do coração arredio e das asas de passarinha, Letícia Bailante é comunicadora, escritora e editora cearense. Estudiosa dos ciclos da natureza, vive viajando dentro de si e pelo mundo afora caçando sabedorias e memórias. É autora do livro "Aprendi a gostar de estar em casa" (2021), sua obra de estreia na poesia.
Raisa Christina (@raisa.christina)
É artista visual e escritora. Reside em Fortaleza, onde trabalha com ilustração, além de ministrar oficinas de desenho, pintura e arte contemporânea. É autora de "os lábios os braços os livros" (nadifúndio, 2019), "DANZA" (nadifúndio, 2018) e "mensagens enviadas enquanto você estava desconectado" (Editora Substânsia, 2014). Integra a antologia poética "Uma pausa na luta" (Mórula Editorial, 2020), a coletânea "As cidades e os desejos" (Editoria Aliás, 2018) e a "Antologia de contos LiteraturaBR" (Editora Moinhos, 2016). Colabora semanalmente com crônicas para o site bemditojor.com.
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